Voltada para obras científicas, técnicas e profissionais, premiação contemplará 29 categorias em diversas áreas do conhecimento; inscrições estão abertas até 19 de março
A Câmara Brasileira do Livro (CBL) acaba de anunciar nesta terça-feira (dia 30/1) a primeira edição do Prêmio Jabuti Acadêmico. A nova premiação é dedicada às áreas científicas, técnicas e profissionais, e visa valorizar, reconhecer a excelência e divulgar os autores e editores que se dedicam a esses segmentos no Brasil. As obras devem ter sido publicadas em primeira edição entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2023.
A premiação será dividida em dois eixos: Ciência e Cultura, e Prêmios Especiais, que contarão ao todo com 29 categorias. Os autores premiados em cada uma das categorias receberão a estatueta em cerimônia especial, além de receberem o prêmio de R$ 5 mil. As editoras das obras premiadas receberão uma estatueta do Jabuti. As inscrições já podem ser realizadas por meio do site do Prêmio Jabuti (www.premiojabuti.com.br/academico) até as 18h do dia 19 de março.
Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro, destaca: “Este novo capítulo na história do Prêmio Jabuti é um testemunho do compromisso contínuo da CBL em apoiar e valorizar todas as formas de literatura e conhecimento no Brasil. Com o Prêmio Jabuti Acadêmico, a CBL não apenas reconhece a excelência acadêmica, mas também reforça seu papel central na promoção da cultura e do saber em uma sociedade cada vez mais baseada no conhecimento”, afirma.
O prêmio foi idealizado pela Comissão do Prêmio Acadêmico, composta por Adriana Kiperman, Daniel Pinsky, Eduardo Blücher, Jezio Hernani Bomfim, Mara Cortez e Vitor Tavares, que já considerava a proposta em sua gestão à frente da CBL quando presidente.
Curadoria
O curador do Prêmio Jabuti Acadêmico é o Professor Doutor Marcelo Knobel, renomado físico, conhecido por sua defesa ativa das universidades e da ciência. Foi reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e também atuou como Pró-Reitor de Graduação na mesma instituição. Knobel foi ainda diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia e presidente do Insper.
“Este prêmio é uma oportunidade única para destacar a diversidade e a profundidade da pesquisa acadêmica brasileira, oferecendo aos acadêmicos uma plataforma para reconhecimento e celebração de suas contribuições significativas para o conhecimento e a sociedade”, comenta.
A premiação também conta com um conselho curador composto por Carlos Benedito de Campos Martins, Gislene Aparecida dos Santos, João Carlos Salles Pires da Silva, Maria Paula Cruz Schneider, Poli Mara Spritzer e Virginia Sampaio Teixeira Ciminelli.
Conselho Curador
Carlos Benedito de Campos Martins
Carlos Benedito de Campos Martins ocupa o cargo de professor titular no Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília. Ao longo de sua trajetória acadêmica, desempenhou funções de destaque, atuando como membro fundador e diretor científico do Núcleo de Pesquisa sobre o Ensino Superior da Universidade de Brasília e coordenador do Programa de Pós-Graduação do Departamento de Sociologia, participando ativamente de instâncias como o Conselho Universitário da UnB.
Martins desempenhou um papel significativo na Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS), participando do Comitê de Assessoramento Institucional e do Comitê de Pós-Graduação em diferentes momentos. Além disso, ocupou o cargo de Diretor da ANPOCS.
Sua contribuição se estendeu também para a coordenação geral da publicação "Horizontes das Ciências Sociais", em 2010, e a presidência da Sociedade Brasileira de Sociologia, de 2015 a 2019. Martins também representou o Brasil no Instituto de Investigação sobre Ensino Superior da América Latina e Caribe (IESALC/UNESCO) entre 2001 e 2005.
Dentro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), desempenhou um papel ativo na formulação do Plano Nacional de Pós-Graduação e atuou como consultor científico em diversas áreas. Adicionalmente, esteve à frente da coordenação do projeto Capes-Cofecub, uma parceria com a École Normale Supérieure Paris-Saclay, que abordou a globalização das sociologias francesa e brasileira.
Martins desempenha o papel de consultor em agências de fomento à pesquisa, incluindo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e a Fundação de Apoio à Ciência, Cultura, Estudos e Pesquisas (Facep). Além disso, é membro do Comitê Editorial da Revista Brasileira de Ciências Sociais da ANPOCS e da revista Current Sociology (órgão oficial da International Sociological Association) e integra o Observatório Pesquisa, Ciência e Liberdade da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) desde 2021.
O reconhecimento de sua excelência acadêmica resultou na conquista do Prêmio ANPOCS de Excelência Acadêmica Antônio Flávio Pierucci em Sociologia em 2020. Além disso, em 2022, teve a oportunidade de atuar como visitante na University College London.
Gislene Aparecida dos Santos
Gislene Aparecida dos Santos é professora associada na Universidade de São Paulo. Ela leciona no curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP) e integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Direito, área de Direitos Humanos, da Faculdade de Direito da USP.
Ao longo de sua carreira, foi criadora e coordenadora do Núcleo Negro da UNESP (NUPE), atuando junto à pró-reitoria de cultura e extensão da universidade na promoção de atividades voltadas ao tema da diversidade, dentre os quais se destacou a criação e editoração da revista "Ethnos Brasil: Cultura e Sociedade", que publicou uma das últimas entrevistas sobre a questão racial no Brasil, dada por Antonio Candido, além de ter divulgado palestras de Milton Santos e Kabengele Munanga, entre outros e outras intelectuais.
Ainda na área de editoração, criou e coordenou a coleção financiada pela Secretaria de Educação a Distância, Alfabetização e Diversidade (SECAD-MEC) intitulada Percepções da Diferença, com 10 volumes destinados à formação de professores da educação básica nos temas da diversidade étnico-racial.
Gislene é líder no Grupo de Estudos e Pesquisas das Políticas Públicas para a Inclusão Social (GEPPIS), na EACH-USP, coordena o Grupo de Pesquisa das Periferias (nPeriferias) no Instituto de Estudos Avançados (IEA) e a Clínica de Direitos Humanos das Mulheres – USP, que desenvolveu importante pesquisa sobre direito reprodutivo das mulheres brasileiras em parceria com a Clooney Foundation for Justice – EUA, instituição reconhecida pela atuação na defesa dos direitos humanos em diferentes partes do mundo.
Na área de direitos humanos, atua como articulista do Jornal da USP. Foi membro do conselho de área de direitos humanos no programa de pós-graduação da Faculdade de Direito da USP. Foi presidente do Grupo de Trabalho que implementou a Comissão de Inclusão e Pertencimento na EACH, presidiu essa comissão e criou a Comissão de Direitos Humanos (CDH-EACH).
Suas parcerias nacionais, internacionais e sua produção acadêmica englobam tópicos como direitos humanos, estudos decoloniais, equidade racial e de gênero, diversidade, discriminação racial, racismo e políticas públicas voltadas para grupos socialmente vulneráveis. Seus trabalhos têm sido referência para diferentes estudiosos, classificando-a entre os 100 pesquisadores mais citados no último ranking World Top Law and Legal Studies Scientists in Brazil.
João Carlos Salles Pires da Silva
João Carlos Salles Pires da Silva concluiu sua graduação e mestrado na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mais tarde, obteve seu doutorado em Filosofia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente, ocupa o cargo de professor titular no Departamento de Filosofia da UFBA, é pesquisador do CNPq e faz parte das academias de Letras e Ciências da Bahia.
Durante sua carreira, João Carlos ocupou a presidência da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) e da Sociedade Interamericana de Filosofia (SIF). Além disso, desempenhou a função de Reitor da Universidade Federal da Bahia por dois mandatos e presidiu a Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Como autor, João Carlos lançou várias obras, incluindo seus mais recentes títulos: "Universidade Pública e Democracia" (2020), "Tractatus, Frente e Verso" (2021) e "Ernst Cassirer e o Nazismo e outros ensaios sobre a proximidade do mal" (2022). Ao longo dos anos, sua pesquisa tem se voltado sobretudo para a obra de Wittgenstein, travando agora um especial diálogo com a obra do epistemólogo Ernest Sosa.
Maria Paula Cruz Schneider
Maria Paula Cruz Schneider é professora na Universidade Federal do Pará (UFPA), membro da Academia Brasileira de Ciências e foi reconhecida com a Medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico em 2023. Além de suas responsabilidades acadêmicas, desempenha papel ativo em comissões de assessoria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do CNPq. Também ocupa a posição de presidente do Conselho de Administração da BioTec Amazônia.
Com experiência prévia como presidente e membro do Conselho Executivo da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP), exerceu a coordenação do Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular na UFPA de 2009 a 2022. Sua formação inclui licenciatura em Ciências Biológicas pela UFPA, além de ter obtido mestrado e doutorado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Atualmente, lidera o Laboratório de Genômica e Biotecnologia no Instituto de Ciências Biológicas (ICB-UFPA). O seu grupo de pesquisa tem se destacado ao conquistar a aprovação de diversos projetos financiados por instituições como CNPq, CAPES, Fapespa (Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas) e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
Ao longo de sua carreira, Maria Paula formou 25 mestres e 20 doutores no Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular da UFPA. Seu grupo de pesquisa concentra-se nas áreas de genética animal, análises genômicas no contexto ambiental e microbiodiversidade amazônica.
Poli Mara Spritzer
Poli Mara Spritzer é professora titular na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), membro da Academia Brasileira de Ciências e pesquisadora 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Formada em Medicina e especialista em endocrinologia, possui mestrado em Fisiologia (UFRGS) e doutorado em Endocrinologia na Universidade de São Paulo (USP), com uma parte substancial do estudo conduzida na Université Paris Descartes (atual Paris Cité), na França, onde posteriormente também realizou pós-doutorado.
Além de atribuições acadêmicas, desempenha papel ativo em comissões de assessoria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e atua como consultora em agências de fomento à pesquisa, como CNPq e Fundações de Amparo à Pesquisa dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul (FAPESP, FAPERJ e FAPERGS).
Sua especialização profissional concentra-se em pesquisa clínica e translacional sobre condições que afetam a saúde endócrina e reprodutiva da mulher nas diferentes etapas do ciclo de vida.
Ao longo de sua trajetória, Poli Mara formou 32 doutores, 49 mestres e supervisionou 20 pós-doutores no âmbito dos Programas de Pós-graduação em Endocrinologia e em Fisiologia (UFRGS).
Desde 2009, coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Hormônios e Saúde da Mulher – o Hormona.
Virginia Sampaio Teixeira Ciminelli
Virginia Ciminelli ocupa o cargo de professora titular no Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais desde 1995, sendo a pioneira a obter tal posição na Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Além disso, é pesquisadora de nível 1A do CNPq, desde 2001. Com formação em Engenharia Química, possui mestrado em Engenharia Metalúrgica e de Minas pela UFMG, e concluiu seu doutorado em Processamento Mineral pela Pennsylvania State University, nos Estados Unidos.
Eleita como membro da Academia Brasileira de Ciências, foi pioneira na área de engenharias. Além disso, integra a Academia Nacional de Engenharia e a The World Academy of Science. Ciminelli foi o quarto brasileiro a ser eleito para a National Academy of Engineering nos Estados Unidos.
Durante sua trajetória profissional, liderou o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Recursos Minerais, Água e Biodiversidade, bem como o Instituto do Milênio Água - uma visão mineral, com uma abordagem centrada em recursos minerais e sustentabilidade. Anteriormente, ocupou o cargo de diretora do Centro de Microscopia. Sua participação ativa incluiu comitês e organizações como CNPEM (Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais), MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), CNPq, FUNDEP (Fundação de Apoio da UFMG), FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais) e ABM.
Ciminelli recebeu reconhecimentos notáveis, incluindo o título de Engenheira do Ano e a Medalha Maura Menin concedida pela Sociedade Mineira de Engenheiros em 2021. Neste mesmo ano, também foi reconhecida com a Charles L. Hosler Alumni Scholar Medal pela The Pennsylvania State University. Além dessas honrarias, foi agraciada com a Ordem Nacional do Mérito Científico, recebendo as categorias de Grã-Cruz em 2018 e Comendador em 2010.
Categorias
O eixo Ciência e Cultura abrange 27 categorias, são elas: Ciência de Alimentos e Nutrição; Ciências Agrárias e Ambientais; Medicina Veterinária, Zootecnia e Recursos Pesqueiros; Ciências Biológicas, Biodiversidade e Biotecnologia; Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional; Enfermagem, Farmácia, Saúde Coletiva e Serviço Social; Medicina; Odontologia; História e Arqueologia; Antropologia, Sociologia, Demografia, Ciência Política e Relações Internacionais; Educação e Ensino; e Filosofia.
Completam este eixo as categorias de Ciências Religiosas e Teologia; Geografia e Geociências; Psicologia e Psicanálise; Administração Pública e de Empresas, Ciências Contábeis e Turismo; Arquitetura, Urbanismo, Design e Planejamento Urbano e Regional; Comunicação e Informação; Direito; Economia; Artes; Letras, Linguística e Estudos Literários; Astronomia e Física; Ciência da Computação; Matemática, Probabilidade e Estatística; Química e Materiais, e Engenharias.
No eixo Prêmios Especiais, serão avaliadas obras em mais duas categorias: Divulgação Científica e Ilustração. Assim como no Prêmio Jabuti Literário, o Prêmio Jabuti Acadêmico terá um momento reservado a homenagens. Serão reconhecidos a Personalidade Acadêmica e Livro Acadêmico Clássico. No primeiro caso, a escolha será feita pela Câmara Brasileiro do Livro (CBL) e pela curadoria. No segundo caso, do Livro Acadêmico Clássico, uma consulta pública para indicação das obras e será aberta a partir de 30 de janeiro, por um prazo de 30 dias. O nome final será escolhido pela Diretoria da CBL e curadoria. O Livro Acadêmico Clássico contempla obras atemporais, que se mantenham relevantes e que tenham lugar cativo na memória de estudantes de diferentes segmentos.
Inscrições
As inscrições estão abertas até as 18h do dia 19 de março de 2024 no site www.premiojabuti.com.br/academico. Podem ser feitas pela editora, pelo autor, agente literário ou procurador devidamente constituído. A premiação prevê a participação de autores brasileiros natos, naturalizados ou estrangeiros com residência permanente no Brasil.
As inscrições realizadas de forma antecipada, até 28 de fevereiro, terão preço especial. Acesse o site da premiação (www.premiojabuti.com.br/academico) e confira as informações detalhadas sobre cada perfil para inscrição e respectivas taxas.
As obras impressas fora do país, que atendam aos critérios de elegibilidade, também poderão participar da premiação.
Etapas e cerimônia final
As informações sobre os semifinalistas e finalistas, além da data e o local de realização da cerimônia de entrega da premiação serão divulgadas durante o ano. As definições serão noticiadas no site, nas redes sociais do Prêmio Jabuti Acadêmico e da CBL, e também por comunicados à imprensa.
Para mais informações sobre as inscrições, categorias e critérios do prêmio, visite o site oficial em www.premiojabuti.com.br/academico.
A nova premiação conta também com o apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC).