Na última pesquisa Retratos da Leitura, as mães com nível universitário médio e das classes A e B apareceram como as maiores influenciadoras da leitura. No entanto, esse não é o perfil majoritário das famílias brasileiras. Diante disso, Zoara Failla, coordenadora da pesquisa dentro do Instituto Pró-Livro (IPL), sugere que a escola deve (ou deveria) assumir protagonismo maior nesse desafio de despertar o hábito e o gosto pela leitura. “Esse é o principal desafio para o mediador / professor: conhecer! Mas é também, saber doar um pouquinho de suas emoções e experiências de leitura. Mais do que dominar um repertório de leituras e escolas literárias, ele deve despertar interesse, emoções e o desejo de desvendar mistérios, personagens e histórias”, defende.
Indo pelo mesmo caminho, Tereza Perez, diretora-presidente da Comunidade Educativa Cedac, acredita que garantir o acesso à leitura e à literatura na escola é fundamental para a formação de crianças e jovens. Para ela, o papel dos professores como mediadores entre livrose estudantes se dá justamente pela imersão possibilitada no universo leitor. “Essa mediação acontece na medida em que os professores podem trazer para a sala de aula situações semelhantes às vivenciadas fora da escola, ou seja, nas práticas sociais, para que crianças e jovens possam ter oportunidade de se colocar como leitores, ouvindo e dando opiniões, elaborando argumentos, criando repertórios e compondo assim, suas bibliotecas pessoais e inserindo-se como participantes dessas culturas do escrito. Diante destes argumentos, aCâmara Brasileira do Livro (CBL) prepara o projeto Caminhos para a Leitura – guia de orientação para mediadores de leitura, dirigido aos professores. O objetivo é mostrar de maneira prática, como a leitura no ambiente escolar pode e deve ser transformadora do conhecimento desde a infância. O manual, é uma iniciativa da CBL e do IPL e será lançado na Bienal Internacional do Livro de São Paulo (3 a 12/08).