O Papel das Feiras e Bienais do Livro para a pluralidade de pensamentos

Share:

18 de July de 2019

O Papel das Feiras e Bienais do Livro para a pluralidade de pensamentos

A recente notícia de que uma feira literária retirou o convite feito aos escritores Miriam Leitão e Sérgio Abranches, nos causou surpresa e certo estranhamento. As feiras de livros e Bienais, como se sabe, são espaços multiculturais, para a discussão dos mais diversos temas e posições e é exatamente isso que faz delas eventos tão especiais e queridos dos leitores e dos visitantes deste tipo de evento.

Em tempos de discussões calorosas em que nos vemos, é inevitável a abordagem de um dos pilares mais importantes para o livro e para a democracia: a liberdade de expressão. É importante cultivá-la e defendê-la, zelando por sua integridade. Quero aqui me distanciar de polêmicas político-partidárias, porque este direito é assegurado a todos, independente de opinião, crença ou posicionamentos políticos, porque é na riqueza dos debates e na pluralidade de ideias que a humanidade tem evoluído ao longo destes anos e o livro tem sido fiel escudeiro nesta jornada.

E também é neste contexto que devem ser compreendidas as Feiras e Bienais de Livros: Como um espaço amplo, em que o público possa ter contato com os mais diversos pensamentos e autores. Nestes eventos, a riqueza está exatamente na diversidade de assuntos e presenças. Como organizadora da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, temos sempre em mente a importância de proporcionar este encontro dos autores com os leitores e com os fãs. E é por esta razão que investimos sempre em uma programação rica, que atenda as crianças, os jovens, os adultos, professores, bibliotecários e amantes do livro em geral.

E este é o papel das feiras: levar informação, conhecimento, educação, entretenimento, ampliar os pontos de vista em um ambiente pacífico, plural e alegre. Transformar esse grande encontro de autores e leitores em campo fértil para novas ideias e em uma grande festa do livro e do leitor.

Diante de tudo isso, consideramos que estes eventos, dada à sua importância e seu ambiente democrático não deve ceder à pressões de grupos específicos, independente de posicionamentos políticos, crenças, e lados, porque são ambientes eminentemente democráticos onde todos tem voz.

É com preocupação que assistimos episódios nos quais a intolerância se manifestou em feiras de livro. O mais recente deles levou à suspensão, no município de Jaraguá do Sul, de uma palestra da jornalista Miriam Leitão, uma das vozes mais respeitadas do jornalismo brasileiro, e do cientista político Sérgio Abranches. A convivência pacífica e o pluralismo sempre deram o tom nas feiras de livros realizadas em todo o país. Esse ativo democrático é um patrimônio da cultura brasileira e tem de ser preservado para que não fique comprometido um dos maiores valores assegurado pela nossa Constituição: a liberdade de expressão.

Vida longa a todos os eventos literários do Brasil!

 

Categoria: 

Did you like the content?

Share right now

Share:

Newsletter

Register to receive news in your email!

    CBL is committed to respecting your privacy, we will use your data for marketing purposes. You can change your preferences at any time.

    Follow @cbloficial on social media