- 2ª edição da pesquisa Panorama do Consumo de Livros, da Câmara Brasileira do Livro, aprofunda análise de preço, demografia e comparação com outros bens culturais
- Estudo mostra que 42% das pessoas adquiriram até 5 obras nos últimos 12 meses
- 56% compraram apenas livros físicos e 77% pretendem fazer novas aquisições nos próximos três meses
A pesquisa “Panorama do Consumo de Livros”, da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e realizada pela Nielsen BookData, aponta que 49% dos brasileiros prefeririam comprar livros em lojas físicas, caso os preços fossem equivalentes, enquanto 44% optariam por lojas online. Além disso, 42% dos consumidores adquiriram entre 3 e 5 livros no último ano, e 11,5% compraram mais de 10 obras.
As mulheres representam 62% dos consumidores que adquiriram mais de 10 livros nos últimos 12 meses. Dentre elas, 41% pertencem à classe B, predominante no Nordeste, e 39% à classe C, com maior concentração no Sudeste.
As principais razões para a compra de um livro foram para crescimento pessoal e lazer. No comparativo com outras atividades culturais, o livro foi a segunda categoria mais consumida (16%), atrás apenas do cinema (19%). Já a compra de ingressos para shows ocupou a terceira posição (11%).
“Chegamos à 2ª edição da pesquisa Panorama do Consumo de Livros, desenvolvida para traçar o perfil e os hábitos dos compradores de livros no Brasil. Este levantamento nos permite acompanhar padrões de consumo, preferências e comportamentos dos brasileiros, evidenciando a necessidade de ações efetivas para o fomento à leitura. Este acompanhamento nos mostra que o Brasil precisa cada vez mais de políticas sérias e eficientes para a formação de leitores e o fortalecimento do livro”, afirma Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro.
Quanto aos hábitos de compra, 55% dos consumidores preferem adquirir livros online, atraídos pelas ofertas e pela conveniência. Por outro lado, 39% optam pela compra presencial, valorizando a experiência de manusear o livro antes da compra, a disponibilidade imediata e a maior variedade de títulos.
Em relação aos preços, os consumidores consideram os livros para entretenimento e lazer (48%) e os livros infantis e juvenis (40%) nem caros nem baratos. Já os livros escolares (55%) e os livros voltados para aprimoramento pessoal e profissional (41%) foram classificados pela maioria como caros.
“Esta edição mostrou que os livros voltados para entretenimento/lazer e os títulos infantis/juvenis não são considerados caros pelos consumidores. Isso indica que o preço não representa uma barreira para a aquisição desses livros. Além disso, comparado a outras atividades culturais, o livro foi a segunda categoria cultural mais consumida no país, ficando apenas atrás de cinema. O estudo também reforça que as mulheres são as maiores consumidoras de livros do Brasil”, ressalta Mariana Bueno, coordenadora de pesquisas econômicas e setoriais da Nielsen BookData.
Sobre os formatos, 56% dos consumidores compraram exclusivamente livros impressos nos últimos 12 meses, enquanto 14% adquiriram apenas livros digitais. Outros 30% compraram tanto impressos quanto digitais.
A pesquisa também aponta que, na última compra presencial, os gêneros mais procurados foram: não-ficção para adultos (59,9%), ficção adulta (36,7%) e científico, técnico e profissional (14,2%). Já na última compra online, os gêneros mais populares foram: não-ficção para adultos (57,7%), ficção adulta (39,3%) e científico, técnico e profissional (15,1%).
Não compradores
O estudo apurou que 84% dos não compradores reconhecem a leitura como uma atividade importante. A falta de tempo (31,8%) é o principal motivo apontado pelos não consumidores para não terem adquirido nenhum livro nos últimos 12 meses. O acesso a PDFs e a disponibilidade de livros digitais gratuitos, somados, ocupam a segunda posição, sendo mencionados por 32,4% dos não consumidores. Já o preço aparece em terceiro lugar, apontado por 16,7%.
Entre os fatores que desmotivam a aquisição de livros, destacam-se o preço (35,5%), a falta de livrarias na região (26,2%) e a falta de tempo para ler (24,2%). A percepção de preço elevado aparece em relação a outros bens culturais. Para 52% das pessoas, os ingressos para shows são caros, enquanto partidas de futebol em estádios (44%) e canais esportivos pay-per-view (37%) também são considerados financeiramente inacessíveis por uma parcela significativa do público.
A análise por classe social mostra que a percepção sobre o preço varia entre os grupos econômicos. Para as classes A e B, o fator preço pesa mais (50% e 48%, respectivamente), enquanto, entre as classes C e DE, esse percentual é menor (46% e 42%).
Quando questionados sobre quais livros tentaram ou gostariam de ter comprado, mas consideraram caros, a maioria dos não consumidores (35%) mencionou títulos voltados ao aprimoramento pessoal e profissional.
Metodologia
Este estudo analisou o comportamento de compra de livros no Brasil através de uma metodologia rigorosa, envolvendo 16 mil entrevistas com pessoas maiores de 18 anos, cobrindo todas as regiões (Sudeste, Sul, Norte, Nordeste, Centro-Oeste) e estratos socioeconômicos (A, B, C, DE). O estudo, realizado entre 14 e 20 de outubro de 2024, incluiu tanto compradores quanto não compradores de livros, garantindo uma ampla representatividade com uma margem de erro de apenas 0,8% e um nível de confiança de 95%.
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