Coordenada anualmente pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro teve sua série histórica atualizada com os números apurados em 2020 pela Nielsen Book, que há dois anos é responsável pelo estudo. Com valores nominais deflacionados e trazidos a 2020 por meio da variação acumulada do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o presente diagnóstico analisa o desempenho real do mercado nos últimos 15 anos.
Entre 2006 e 2020, a série histórica aponta uma queda de 30% no faturamento total (mercado + governo) das editoras. Cabe ressaltar que a edição da Pesquisa Produção e Vendas (ano-base 2020) apresentou reflexos de um ano que sofreu os impactos da pandemia do coronavírus: com o fechamento temporário de livrarias físicas no país, o mercado editorial como um todo encolheu 13% em termos reais.
Segundo o levantamento, o subsetor mais afetado ao longo desses 15 anos foi o de Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP), com decréscimo de 47% nas vendas ao mercado. O estudo mostra ainda que as editoras de CTP foram as que sentiram mais fortemente a crise econômica que marcou os anos de 2014 a 2020, faturando 55% a menos neste intervalo.
Embora Obras Gerais tenha tido o melhor faturamento em 2020, encolhendo apenas 1% nas vendas ao mercado (dado positivo, uma vez que o PIB caiu 4,1% no ano passado), na série histórica o subsetor aparece com uma redução de 37% em valor entre 2006 e 2020. Se consideradas também as vendas ao governo, Obras Gerais acumula uma queda de 42% em 15 anos.
De 2006 a 2020, o subsetor de Didáticos diminuiu 34% em valor com as vendas ao mercado. Em 2020, alterações nas dinâmicas escolares durante o período pandêmico contribuíram para o recuo no faturamento do subsetor, que chegou a ter uma baixa de 15% no comparativo com 2019.
O subsetor de Religiosos teve seu faturamento reduzido em 16% com as vendas ao mercado nos 15 anos retratados pela série. Já entre 2020 e 2019, a queda em valor foi de 18%, a maior entre os subsetores, desempenho afetado pela retração nas vendas do canal porta-a-porta em decorrência da pandemia.
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