Crise nas Livrarias - Vendas de livros no Brasil caíram quase 11% em 2016

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3 de marzo de 2017

Crise nas Livrarias - Vendas de livros no Brasil caíram quase 11% em 2016

Após anunciar o fim das operações no Brasil, a Fnac comunicou que não vai fechar as portas, mas precisa de um sócio para se manter em pé. A informação abalou ainda mais o mercado de livrarias no país, que vem sofrendo fortemente os impactos da crise econômica nos últimos três anos. Para entender melhor esse cenário, a rádio CBN conversou com Luís Antonio Torelli, presidente da CBL, e outros profissionais do setor (ouvir

Por Renata Colombo

Após anunciar o fim das operações no Brasil, a livraria francesa Fnac comunicou que não vai fechar as portas, mas precisa de um sócio para se manter em pé. A informação abalou ainda mais o mercado de livrarias no país, que vem sofrendo fortemente os impactos da crise econômica nos últimos três anos.

As vendas de livros caíram 10,8% em 2016 e o faturamento foi 3,1% menor em comparação ao ano anterior. E 2015 só não foi pior graças aos livros de colorir, que garantiram certa estabilidade.

O Presidente da Câmara Brasileira do Livro, Luís Antonio Torelli, lamenta que o país esteja perdendo livrarias e também leitores. 'Veja que nós temos 5,1 mil cidades e 1,3 mil livrarias. Está muito abaixo daquilo que a Unesco recomenda', comentou.

Um bom exemplo disso está no centro de São Paulo. No entorno do marco zero da cidade, onde cafés e livrarias já fizeram parte da paisagem, ao menos cinco pequenas livrarias fecharam. O gestor cultural e comentarista da CBN, Afonso Borges, de Belo Horizonte, diz que faltam incentivos para as lojas que estão fora dos shoppings. Para ele, é o momento de impulsionar a recuperação do setor.

'Faltam pessoas da Câmara Brasileira do Livro, do BNDE e de bancos de desenvolvimento regionais para que incentivem a reabertura de livrarias de rua', explica.

Mas se engana quem pensa que o livro de papel foi substituído pelo digital. O Sindicato Nacional dos Editores de Livros diz que o desempenho dos chamados e-books ainda está em estudo, mas já é possível afirmar que não são eles que estão 'roubando' leitores dos livros tradicionais e sim, a crise econômica.

Para aplacar os efeitos da crise, a Câmara do Livro quer colocar em prática um projeto de planos de negócios para quem quer investir em livrarias.

'O livro digital ocupa algo em torno de 3% na venda total de livros. Isso está relacionado à crise financeira. Afinal, livro não é um item de primeira necessidade, infelizmente.'

Os hábitos de leitura dos brasileiros também não ajudam a alavancar esse mercado. A última edição da pesquisa 'Retratos da Leitura', encomendada pelo Instituto Pró-Livro, aponta que 44% dos brasileiros não têm o costume de ler quem admite ser um leitor, não lê mais de cinco livros por ano.

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