Pergunte aos chefes: quanto vale um mestrado em Editoração?

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1 de febrero de 2017

Pergunte aos chefes: quanto vale um mestrado em Editoração?

Recentemente, a Kitchen recebeu uma pergunta de um leitor. Ele queria saber se ter um mestrado em Editoração o tornaria alguém com maior poder de atratividade para um potencial empregador editorial. Ele também gostaria de entender se a formação que ele recebeu como parte da graduação provavelmente faria dele um novo empregado mais bem-sucedido. Essa pergunta pareceu ser perfeita para submeter aos chefes. Em um esforço de conseguir perspectivas adicionais, nós também colocamos a pergunta para alguns colaborados convidados.
A pergunta desse mês é: Quanto vale um mestrado em Editoração?
David Thew (Executivo de Seleção e Recrutamento): Confesso que eu estava um pouco cético. Uma qualificação profissional em Editoração pode ser boa se o curso estiver atualizado, se incluir tanto um forte componente digital quanto um foco comercial e se ofertar um ou mais estágios onde o estudante possa ganhar experiência participando ativamente. Os desafios de qualquer curso, entretanto, são atualização e relevância; a organização editorial moderna é uma soma de uma mistura complexa de habilidades em que o ritmo de mudança é rápido.

Um mestrado pode ser considerado valioso como uma prova de comprometimento com a carreira editorial, porém eu acho que uma boa porcentagem de pessoas que trabalham com editoração vem de outras formações e acredito que um mestrado eventualmente pode parecer somente um título sem conteúdo.

Como recrutador, raramente me pediram para me concentrar em candidatos com mestrado em Editoração, porém frequentemente me pedem para focar em candidatos com formação profissional em disciplinas específicas como marketing, gerenciamento de projetos, finanças, inteligência de negócios e vendas. Muitas vezes, essa formação é adquirida ‘no trabalho’, então, de praxe, é aplicada e, portanto, relevante.

Na minha experiência, qualificações acadêmicas são de grande valor e relevância para editoras acadêmicas em funções onde há significante relação com a comunidade editorial/autor, mas isso tem mais vínculo com a(s) área(s) de pesquisa do que com habilidades editoriais. A experiência comprovada em pesquisa em um ou mais campos acadêmicos relacionados é um indício de uma compreensão do processo de pesquisa, incluindo ter pesquisas publicadas, um compromisso com a disseminação de pesquisas e a credibilidade de se colocar como autoridade à comunidade acadêmica de pesquisa. O grande desafio para a editora é achar pessoas que combinem essas habilidades com a habilidade de se engajar eficientemente com múltiplas audiências, desde a própria comunidade de pesquisa até o pessoal interno com poder de decisão, e tudo isso com um foco em resultados de negócios. Tipicamente, essas habilidades são adquiridas com o tempo e são construídas por meio de específica aptidão natural.

Alison Mudditt: Há alguns anos atrás, participei de um simpósio para a UC Humanidades, para estudantes doutores, sobre opções de carreira fora da academia, e eu tenho certeza que desapontei vários deles quando disse a eles que um Ph.D. em si não os faria ter um trabalho ou salário superior àquele de um forte candidato com apenas o grau de bacharel. Eu acho que a mesma coisa pode ser dita frequentemente para o mestrado em Editoração.

Recebemos vários candidatos para funções iniciais (mais de cem propostas para os últimos cargos de Assistente Editorial), portanto, um mestrado pode muito bem ajudar um currículo a ser chamativo e, portanto, mais seriamente considerado. Porém, aqui nessa região da baía, esse candidato irá competir com graduados de alto nível de algumas das melhores instituições do país. Embora uma formação relevante possa ajudar, estamos buscando qualidades essenciais como motivação, colaboração, flexibilidade e abertura a mudanças. O mundo do trabalho – como também o da editoração – está mudando em um ritmo muito rápido, portanto, nós precisamos de uma equipe que possa se adaptar e crescer conosco. Enfim, nossas decisões sobre contratação e promoção são baseadas mais nesses fatores do que nos de conhecimento específico.

E, embora eu pessoalmente não tenha contratado ou gerenciado ninguém com mestrado, o quão especializado é o nosso segmento do mundo da editoração e o quão rápido ele está mudando, me leva a questionar o grau de relevância que muitos destes cursos podem ter. Editoração é um negócio com muita aprendizagem contínua e ativa para todo mundo.
Consigo imaginar que um mestrado possa oferecer vários dos benefícios tradicionais de qualquer curso de graduação (rede de contatos e oportunidades de trabalho através de alunos, por exemplo). Mas isso é um alto investimento em termos de tempo e dinheiro, então eu daria um aviso a essas pessoas que estão considerando tomar essa decisão para que pensem cuidadosamente sobre como isso pode ajudar nas suas metas de carreira.

David Smith: Eu não sei. Devo confessar que eu não sabia que existia algo assim e nunca vi isso listado nos CVs que tenho analisado durante todos esses anos. Se estivesse relacionado, provavelmente chamaria o candidato para entender melhor. Perguntaria quais áreas foram contempladas; se a era digital foi estudada com profundidade. Certamente, deveria conter alguma técnica de pesquisa, mas me interessaria compreender os modelos econômicos em jogo, quais funcionaram, quais falharam, quais continuam ativos e quais desapareceram; Gostaria de saber como o curso explorou os diferentes modelos atuais com relação a levar uma ideia inicial até o mercado. Gostaria de saber quais infraestruturas de pensamento o curso ensinou. Também iria perguntar o que o candidato achou que o curso deu a ele e onde isso se encaixou em suas metas e aspirações. Eu realmente adoraria saber como são as outras perspectivas sobre isso!

Diferentemente de outros mercados, como finanças ou engenharia, não há pesquisa suficiente feita a respeito de como melhorar a teoria ou a prática da editoração. Desse modo, editoração acadêmica tem relação mais com o mercado do que com a ciência, curiosamente.

Alice Meadows: Eu me dei conta de que corre-se o risco de se constatar o óbvio, porém, tendo ensinado ocasionalmente em ambos os níveis, um mestrado em Editoração é muito mais valioso do que um curso universitário que,  na minha experiência, tende a resultar pouco em termos de conhecimento o que é perigoso. Isso também pode ser verdadeiro para as certificações mais elevadas, claro, porém eu acho (espero!) que esses estudantes sejam mais maduros e atenciosos com relação à indústria da editoração.

Entretanto,  em gela me descreveria como uma pessoa neutra quanto ao valor de um mestrado em Editoração. Pelo lado positivo, isso mostra um comprometimento com a carreira de editoração, embora não necessariamente uma carreira em editoração acadêmica – e, de fato, muitos cursos focam principalmente (ou exclusivamente) no mercado de editoração, que é diferente de várias formas. (Repetindo, acho que a maioria de nós também não planejou uma carreira na editoração acadêmica!)

Porém, como uma gerente de recursos humanos, eu não tenho certeza se eu nivelaria alguém com um mestrado em Editoração acima de candidatos com certificados avançados em outras matérias. Ou ainda, com um graduado de bom nível. Na editoração acadêmica, em particular, equipes com conhecimento em uma disciplina específica – especialmente em um nível avançado – são definitivamente um “plus”. O que procuro, principalmente, é alguém inteligente, motivado, com vontade de aprender, e que se encaixe bem no time e na organização. Como empregadora, um mestrado em Editoração seria, no máximo, algo bom de se ter.

Angela Cochran: Estou feliz por ver que diversas universidades estão oferecendo cursos que variam desde a graduação até o certificado de mestrado em Editoração. Editoração parece simples, porém há tantas habilidades diferentes exigidas para se trabalhar corretamente. A aquisição ou prospecção é diferente de copidesque. Marketing é diferente de produção. Distribuição online é diferente de formatação de texto. A editoração é também um campo relativamente facil de se entrar, com várias oportunidades de nível iniciante. Alguns dos trabalhos de nível básico não são, sendo bastante franca, empolgantes de se encarar. Dito isso, eu quero chamar a atenção para o fato de que, nas novas perspectivas da publicação de revistas, pelo menos uma vez na semana alguma coisa chocante irá passar pela sua mesa. Há constantes oportunidades para se aprender. Para o pessoal de nível básico, as principais qualificações são normalmente: “Você sabe ler? Você consegue escrever um e-mail que faça sentido? Você tem grande atenção com detalhes? Você tem uma boa conduta com relação ao serviço prestado ao consumidor? Essas são algumas das questões que eu busco na hora de preencher uma vaga.

Então onde é que um certificado de mestrado se encaixa? Na contratação, alguém que não tenha muita experiência, ter um certificado de mestrado em Editoração definitivamente dá uma melhorada. Isso significa que o candidato sabe tudo e está pronto para começar imediatamente? Não, mas você não tem que ensinar o básico. Você não tem que explicar o que é um estilo manual é ou o que uma revisão em pares significa.

Recomendaria passar alguns anos no curso de mestrado? Não posso dizer que sim. Uma vez que você tenha o básico dominado, tudo é na base da experiência. Há muito na editoração que realmente vem com experiência: como gerenciar editores, como contratar equipe de suporte, saber quando uma dúvida do autor é um sinal de alerta, reconhecer um problema na revisão, ter senso sobre o que você pode confiar ao autor ou o que você precisa verificar independentemente, etc. Você aprende vendo seus colegas de trabalho lidarem com isso, vendo seus supervisores, participando de conferências sobre editoração, lendo blogs, e fazendo webinars.

Todd Carpenter: Certificados profissionais avançados propiciam uma oportunidade para se pensar de forma crítica sobre o negócio ou a indústria na qual se está envolvido, de forma metódica e desvinculada. Certificações profissionais podem ser excepcionalmente úteis ao possibilitarem a criação de um fórum onde pessoas podem aprender com as experiências alheias, em vez de ter que aprender com os próprios erros. Obviamente, nada é igual à experiência, mas aprender durante o caminho pode também ser algo arriscado, tanto para a empresa quanto para o empregado. Basicamente, ter um certificado provavelmente ajudará a conseguir um primeiro trabalho em editoração ou ajudar seu avanço no mercado. Certamente, acho que nenhum de nós na editoração acadêmica deveria ser contra a ideia de se obter mais formação ou desmerecer o seu valor.

A maioria das pessoas com a qual tenho contato diariamente não possui um mestrado em Editoração, embora muitos tenham em Ciências da Informação/Biblioteconomia. O programa de estudos é bastante diferente, assim como as expectativas dos empregadores. É difícil conseguir um trabalho senior numa biblioteca sem uma especialização. Igualmente, certificados profissionais são exigidos para avançar em outros campos. Felizmente, na editoração não é assim. A razão pela qual eu disse “felizmente” é que a diversidade de formações e campos de estudo em editoração torna a comunidade mais vibrante. Conheço pessoas no nosso mercado de áreas diferentes, como a música, filosofia, linguagens, ciência da computação, neurologia, artes e geologia. Se fosse necessário todo mundo ter a mesma linha de estudos, seja um mestrado em Editoração ou um certificado em inglês, certamente isso diminuiria a diversidade de ideias no nosso mercado. Entretanto, essa situação frequentemente traz seus desafios. Poucos têm um entendimento diferente quanto aos aspectos da editoração, do que as pessoas que não estão diretamente envolvidas com ela. O pessoal de marketing (falando como alguém que saiu de lá), normalmente não conhece o processo editorial. A maioria da equipe de produção não mexe com a distribuição ou com direitos autorais. As empresas poderiam fazer um trabalho melhor de formação inter- profissional, porém sem a presença desta liderança no treinamento corporativo, um curso de mestrado em Editoração colocaria pessoas em contato com outros elementos do mercado, com os quais normalmente elas não teriam contato.

Pessoalmente apreciaria ter tempo para estudar e concentrar minhas ideias no mercado e nas tendências que o estão influenciando. Um dos desafios de se progredir na carreira é que o tempo se torna mais limitado. Infelizmente, isso restringe o número de pessoas que têm tempo para pensar profundamente e de forma crítica sobre o seu papel e o impacto. Claro, muitos consideram as tendências e atividades que ocorrem em nossa organização, mas poucos têm tempo para fazer pesquisa, estudar e planejar novas iniciativas para nosso segmento. Isso é algo que, participando de um mestrado seria possível, e considerações bem pensadas são sempre bem-vindas. Revendo papéis sobre a nossa indústria para a Learned Publishing, comecei a apreciar o trabalho e tempo necessário para fornecer ótimos estudos para o nosso mercado. Diferentemente de outros, como finanças ou engenharia, não há pesquisa suficiente feita a respeito de como melhorar a teoria ou a prática da editoração. Desse modo, editoração acadêmica tem relação mais com o mercado do que com a ciência, curiosamente. Nós poderíamos usar esses cursos de mestrado em Editoração para avançar na ciência da editoração acadêmica. E todos nós nos beneficiaríamos com isso.

Charlie Rapple: Trabalhar na região de Oxford, onde uma das nossas universidades locais oferece um mestrado em Editoração, significa que  conheço muitos colegas ou potenciais empregadores com essa qualificação.  Lembro-me dos primeiros anos da minha carreira em que um novo colega com mestrado em Editoração parecia um pouco mais conhecedor, e mais fácil de ser treinado com relação aos detalhes do nosso ambiente, do que os iniciantes sem essa formação. Minha suposição de que cursos de editoração são mais focados no mercado é respaldada por uma colega, Laura Simonite, que me informou que o mestrado dela cobriu uma ampla gama de disciplinas de editoração e que, na verdade, teve até um certo foco na editoração acadêmica, com (por exemplo) módulos de vendas e editorial focados para revistas, enquanto que o módulo de marketing foi orientado ao mercado. Ela avaliou que o processo de escrever sua dissertação (sobre referências em artigos acadêmicos) a ajudou a explorar e a direcionar a sua carreira, e acha que mestrado em Editoração também a ajudou a conseguir entrevistas quando ela entrou para o mundo do trabalho, e deu a ela uma boa base de conceitos e terminologias em editoração.

Em parte, claro, qualquer tipo de formação em pós-graduação pode dar às pessoas um bom começo em termos de maturidade, pode ajudar a se habituarem a assimilar informação, o que não acontece com estagiários que vêm diretamente da educação de segundo grau ou superior – e Laura acredita que essas pessoas que optam pela experiência de mercado podem aprender o mesmo conteúdo no mesmo tempo que aqueles que optam pelo mestrado em Editoração. Entretanto, pela minha experiência, as pessoas com mestrado em Editoração parecem ter permanecido no mercado por mais tempo, também, beneficiando tanto a estabilidade quanto a progressão na carreira e seus empregadores (funcionários mais experientes/menos desorganizados).

Pippa Smart (Editora Chefe, Learned Publishing): Olhando para o passado o mais distante frequentemente me questiono sobre o valor dessas formações, embora recentemente tenham me perguntado se eu tinha um Ph.D. (Sério? De verdade, quem liga?). Porém, se não me importo comigo mesma, será que acho que um mestrado é importante para alguém? E se for sim, então para quem ele pode servir?

Para o sujeito? Bem, certamente, isso poderia aumentar as suas chances de ser efetivado mais do que os outros com formações parecidas, então teria que dizer que um mestrado seria aproveitável para ele.

Ele é valorizado pelos empregadores? Possivelmente. Aqui eu diria com mais cautela que isso realmente depende do conteúdo do curso. Editoração e ciência da informação são campos realmente grandes, dentro dos quais a editoração acadêmica é apenas uma pequena parte (desculpe, um nicho); então, enquanto uma formação em mestrado pode acrescentar um valor por fornecer para alguém um panorama geral e um entendimento básico do ambiente de editoração acadêmica, e isso, alternativamente, pode ser tão geral que carece de relevância imediata (e na hora que isso se tornar relevante as chances são de que isso esteja desatualizado!).

Entretanto, talvez a pergunta mais importante é:  um mestrado em Editoração tem valor na indústria da editoração?  Definitivamente sim! Como uma indústria, não somos regulamentados, não somos qualificados e lutamos com cargos e planos de carreira o que é facilmente compreensível. Se quisermos ajudar a carreira a progredir e aumentar a profissionalização, precisamos de mais formações formais (antes e durante a progressão de carreira). Eu li uma vez que editoração foi uma profissão acidental – uma profissão que poucos conseguiriam identificar se questionados na escola. Se quisermos ter o melhor do mais interessado que queira competir para entrar no nosso mercado, então temos que fazer com que a nossa seja uma carreira pela qual as pessoas se interessem, em vez de cair de paraquedas nela, porque eles não queriam acabar como um rato de laboratório.

Há muitos anos atrás, estava envolvida numa iniciativa do Reino Unido para aumentar as habilidades na indústria da mídia, mas a iniciativa falhou em concordar com qualquer formação, porque nós (enquanto indústria) estávamos muito ligados na singularidade de cada posição editorial. Se quiséssemos que um mestrado fosse algo de real valor, então precisaríamos trabalhar com a academia e cultivar as formações de mestrado para satisfazer as necessidades do nosso setor – trazer real valor para a nossa indústria.

Barbara M. Ford (Educadora e Consultora em Editoração): Alguns de nós, tendo tido experiências únicas ao longo de décadas, sentiu-se bastante feliz por ter tido acesso a três aspectos críticos no mundo da editoração: contexto, comunidade e liderança. Dado que no geral a maior parte da experiência em editoração é adquirida através de um treinamento de aprendizagem, os cursos de grau acadêmico atuais são a fonte primária para se construir uma base sólida para alcançar esses três aspectos em um prazo mais curto.

1.    Contexto em termos de processo – Quando contratado para uma atividade de editoração pela primeira vez, normalmente a pessoa tropeça no primeiro degrau da escada. Tempo é gasto aprendendo as responsabilidades e habilidades necessárias para uma posição específica e depois nas demais posições sucessivas. Como a informação passa de um autor para um leitor, fornecendo uma noção do processo completo, não apenas uma parte disso, raramente faz parte de qualquer orientação inicial ou treinamento. Por exemplo, no workflow editorial um indivíduo gerenciando o processo de revisão em pares raramente sabe muito sobre os níveis de edição. Em um curso, ele aprende não somente como diferenciar como um manuscrito é examinado, mas também os diferentes níveis de edição envolvidos e o que acontece com o manuscrito por toda a função editorial subsequente e durante as etapas de produção, marketing e distribuição. E ele é encorajado a desenvolver relações com as outras áreas funcionais, tais como as interações entre o editorial e o marketing.

2.    Contexto histórico – Ter consciência do que veio antes para melhor entender o porquê de como as coisas se desenvolveram e como isso afeta a maneira como as coisas são feitas hoje é raramente adquirido através de um trabalho em um curso de editoração. Mas, no curso acadêmico, o aluno aprende sobre os fatos históricos que influenciaram o modo como os profissionais da editoração abordaram a tarefa de aplicar a tecnologia. Da lenta velocidade da inovação nas primeiras centenas de anos depois de Gutenberg até aqueles dias em que os antepassados da editoração se encontraram numa luta contra o uso dos computadores no processo, bem como agiram para se adequar aos avanços que estavam acontecendo com uma frequência e sofisticação jamais vista. Os cursos de graduação fornecem o que poucos indivíduos em uma casa editorial poderiam oferecer.

3.    Contextos em termos do escopo – Como muitas outras profissões, a editoração se adaptou a uma era de especialização acima do normal. Para a maioria, qualquer um investe na carreira focando em um, talvez em dois, tipos de editoração, tais como livros comerciais, revistas especializadas, revistas acadêmicas, fontes digitais. Algumas vezes, isso se traduz em conhecimento limitado quanto a maneiras diferentes de editoração em termos de formato, gênero, conteúdo, editor e público, agora existentes em uma extensão jamais vista. Por meio do curso de graduação, o mundo da editoração é explorado  e muitos estudantes que vem pensando somente em editoração de livros, começam a pensar em outras opções, estudando os conceitos básicos, e explorando suas habilidades para trabalhar com publicações que eles mal sabiam que existiam.

4.    Comunidade – Todos nós sabemos que a comunidade da editoração vem se apoiando fortemente nas interações pessoais desde os tempos das corporações até o estabelecimento e crescimento de associações e sociedades que servem à indústria, cada vez mais possível através de redes sociais de contato. Mas obter uma graduação de um curso acadêmico faz com que as pessoas possam ir além de tais organizações, criando uma rede de trabalho a um vínculo especial que pode ser comparado a uma família ampliada, que, a cada ano, tem um novo braço que se expande. Assim como experimentamos tais vínculos com colegas ou ex-equipe de alguma organização em particular, esse sentimento único de comunidade se mantém verdadeiro para os graduandos dos cursos de editoração.

5.    Liderança –  Outro importante aspecto dos cursos de editoração é o suporte dado aos estudantes em termos de seu desenvolvimento profissional: 1) destacar-se em termos pessoais dentro de suas próprias organizações (muitos estudantes querem “obter o reconhecimento” de terem atingido o próximo nível gerencial e 2) retribuir o seu papel como líderes pensadores, por meio dos setores comercial, acadêmico, governamental e independente da comunidade editorial global. Os cursos de graduação pretendem não somente ensinar, mas também inspirar. Isso também pode ser considerado real no caso de cursos que auxiliam os futuros líderes na editoração.

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