Setor editorial fecha 2018 com queda nominal de 0,92%

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29 de abril de 2019

Setor editorial fecha 2018 com queda nominal de 0,92%

Consideradas apenas as vendas para o mercado, o subsetor Religiosos foi o único que apresentou resultado nominal positivo. CTP teve o pior desempenho

Em 2018, o setor editorial brasileiro produziu 350 milhões de exemplares, vendeu 352 milhões e faturou R$ 5,12 bilhões. É o que mostra a nova edição da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro ano-base 2018, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e da Câmara Brasileira do Livro (CBL). No ano passado, considerando apenas as vendas ao mercado, o setor apresentou uma queda nominal de 6,7% em relação a 2017, que em termos reais significa uma queda de 10,1%. Consequentemente, a produção de livros também sofreu forte impacto, uma queda de 11% na quantidade de exemplares produzidos, que em termos absolutos significa uma redução de 43,4milhões em relação a 2017.

O estudo, que mapeou a performance do setor editorial e de seus quatro subsetores1 em 2018, ouviu 202 editoras do país, sendo 185 emparelhadas ao ano anterior, o que representa 68% do setor editorial em termos de faturamento. Pela primeira vez desde o início do trabalho da FIPE, os dados estão sendo divulgados no mês de abril do ano subsequente.

A pesquisa mostra que foram editados 46.828 títulos em 2018, uma queda de 4,2% em relação ao ano anterior. Desse total, 14.639 correspondem a novos ISBNs, percentual 9% inferior à 2017. Estes números estão diretamente relacionados à crise das duas maiores redes de livrarias do País, pois indicam uma dificuldade dos editores em distribuir novas obras.

Considerando o faturamento total, incluindo as vendas para o Governo, o setor editorial apresentou queda nominal de 0,92%, o que significa um decréscimo real de 4,5%, considerada a variação do IPCA de 3,75% no período. É o quinto ano consecutivo de queda real em termos reais.

As editoras dos subsetor de Religiosos tiveram o melhor resultado: um crescimento nominal de 1,1%, que significa um decréscimo real de 2,6%. Já o subsetor de Didáticos apresentou queda nominal de 5,6% (9,1% real) e o subsetor Obras Gerais apresentou queda nominal de 3,3% (6,8% real). O subsetor CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais) teve o pior resultado, um recuo de 17,33%, que corresponde a um decréscimo de 20,3% em termos reais. No período de 2014-2018, o subsetor acumula uma queda real de 45%.

 

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1 Didáticos; Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP); Obras Gerais e Religiosos. Os subsetores dizem respeito às editoras e não ao tipo de livro comercializado, ou seja, se referem à categoria que corresponde à maior parte do faturamento autodeclarado pela editora.

 

 

Produção: subsetores e áreas temáticas

A pesquisa de 2018 traz uma novidade: a criação de duas novas categorias: Gastronomia e Culinária, que deixou de pertencer ao nicho de Turismo e Lazer, e Literatura Jovem Adulto, que passou a incorporar parte dos títulos catalogados anteriormente em Literatura Juvenil e Literatura Adulta.

As categorias mais impactadas foram as ligadas ao setor CTP: Direito, Medicina, Farmácia, Saúde Pública e Higiene, Ciências Humanas e Sociais, Economia Administração e Negócios e Línguas e Linguística tiveram quedas acima de 20%, representado uma redução acumulada de 7,2 milhões de exemplares produzidos de um ano para o outro.

 

Como o livro chega ao leitor

Foram comercializados 202,7 milhões de exemplares em 2018, uma redução de 8,84% em relação a 2017. A crise das duas principais redes de livrarias também pode ser sentida nos Canais de Comercialização. As livrarias, com 93,7 milhões de exemplares vendidos, ou 46,25% do total comercializado no mercado, seguiram como o principal canal de venda das editoras, em 2018, mas com variação negativa de 20,6% em relação a 2017. Os distribuidores responderam por 41,9 milhão de livros, o equivalente a 20,71% do mercado, um crescimento percentual de 17,45%. E as livrarias exclusivamente virtuais continuaram seu processo de crescimento, passando a representar 4,24% do total de exemplares e 3,41% do faturamento.

Uma novidade na pesquisa é o número de livros comercializados através de Clubes de Assinatura, que apesar de representar em 2018 somente 1,08% das vendas, indica um novo canal para as editoras.

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